do que fizemos estes anos, do tanto que mudou e que ficou. se achares que é tarde demais, se achares que é esta noite...volto a escrever tudo de novo. sem perguntar e voar. sem responder e sonhar. é só voltar aqui para te dizer que não é desta vez, há mais voltas.
tenho a absoluta certeza que serás feliz. porque queria ser nesse teu sítio mas não poderei. tinha a certeza que ia ser feliz aí, aí nesse teu que queria tão meu. a tua felicidade não será nunca a minha, não nos conhecemos sequer.
serás feliz aí. aqui eu não serei. serás feliz aí, eu sei.
pelo tempo que não te vi chegar e do o que de ti sei pelas palavras que não te ouvi dizer. foi por esse amor que tarda em chegar e o que de coragem esteja por fazer que aprendi que sonhar não é o fim.
fica. diz-me fica. um só momento mais nestes dias de longa saudade. regressa a mim para dizer que ficas, que me queres ver a ficar. os meses passaram a correr entre nós....e se pudesse. ficava e ficava.
o significado do fim, de uma intermitante necessidade de por uma vez decretar o fim do nosso livro. o significado de uma ausência obrigatória, de um adeus que é lei. janela aberta para o fim, para as horas, para as incertezas...sei que fim é fim. vou voltar aqui por ti.
somos o teste um do outro. temos dias em que nos lembramos de nos testar, ver as diferenças da idade, as mudanças ligeiras dos pensamentos, as outras faces da notícia. por vezes fazemos exames de rotina, quase sempre demorados, e quase sempre sem relatório conclusivo. ficamos sem falar, apenas ficamos empolados...o inchaço acaba por passar, o balão arterial acaba por esvaziar.
sem informação de retorno até a uma próxima análise,
não é amar, é uma versão. uma versão bizarra. talvez apenas um jogo, uma sedução inacabada. um concerto de dois perdidos num abraço que não é futuro. uma versão tocada pela banda errada, uma voz de cara tapada. sem amar não somos senão uma versão.