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As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade.
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir.
Há gente que fica na história
Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir
São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder
Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer
A chuva molhava – me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera (...)
A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade e eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
(poema de J.Fernando)
ensina-me esta noite a olhar para o teu vestido, eu sei que tenho muito para aprender mas ensina-me esta noite, por favor.
esse teu preto olhar, nesse teu brilhante andar, nesta noite ensina-me a dançar.
se acreditares que esta noite o mundo é quadrado, então, nada de perguntas,
salta da cadeira e aceita a minha mão,
solta o teu cabelo e aceita o teu vestido.
ensina-me e eu vou acompanhar, no escuro e em qualquer lugar, o som dos compassos deste jazz, desta bossa nova ou deste tango.
deslizando, caminhando, encontrando...
aceita-me esta noite. ou então talvez , valsa comigo.
escolhi o teu fado, o teu destino.
desculpa o mau jeito para cantar nesse teu tom,
mas sabes que só o teu fado me encanta.
esta noite, sabes bem, a minha sombra és tu,
quero que a guitarra seja a clássica,
quero que na plateia esteja sozinho para te ouvir.
nesse teu tom, nesse teu olhar desconfiado
procuro em ti a rima certa para o meu fado.
vou descobrir que Lisboa é mais perto e Porto é capital.
esta noite, sabes bem, és o poema do ano,
quero que a tua mão esteja fria no meu corpo,
quero que do outro lado do rio ouçam o teu fado.
escolhi o destino,
as estrelas escolheram brilhar assim,
o mundo está de acordo.
...
o pôr do sol em pleno Alentejo, a alma e o vento frio do Porto, a luz e o cosmopolitismo de Lisboa, as praias e o nascer do sol do Algarve, o cheiro do verde e da pedra do Gêres, o cheiro a lenha queimada de Chaves, as praias infinitamente desertas da Figueira e de Quiaios...
...
sidney, roma, paris, nova iorque, barcelona, londres, veneza, dublin, amesterdão, viena, zagreb, buenos aires, copenhaga
...
por favor, um bilhete único...
os tempos de míudo já lá vão, de adolecestente também...e agora? o BI tem agora outro peso e começa a aguardar umas certas e determinadas mudanças...
não sei se é da hora, se é do tempo que está com nuvens, se é de qualquer coisa do género: "Fazes-me falta"...
almoçar para escrever e escrever para não esquecer. para lembrar que há cliques que nos dão, que nos fazem saltar da cadeira para usar o velhinho ponto de interrogação...Porquê? Para quando? Será que sim? Valerá a pena? O que fazer?
é entre um sentimento de revolta e tristeza que penso no estado das coisas sérias, que deviam ser muito mais leves, bonitas e de sorriso na cara.
o amor, a paixão. andam os dois por aqui a mudar ou estão na altura de mudar.
começar de novo?
tudo isto é um caminho cumprido, está mesmo a ser. ainda não sei muito bem o rumo a tomar...curvas apertadas, semáforos intermitentes...e quando olho pelo retrovisor vejo um passado recente que não quero voltar a ver, e que me faz tornar turvo o olhar quando retomo a viagem e olho em frente.
tudo isto existe, como para tantos de nós, os que estão nas estatísticas e os ausentes delas. mas nunca estive tão perto de ser um número dessas contagens. não queria ser e não estou a tornar a vida fácil a esse número que me tem perseguido. acredito não ser e dizem que não sou. mas há dias, ou fins de dia, em que acredito que me tornei, que fui e que sou.
prefiro, como a minha vida me tem dito ao ouvido, ser uma palavra. mesmo que às vezes palavra exacta demais e outras vezes palavra divagante demais. um número não. confio na beleza das palavras e nas bocas que as dizem com amor. mas também delas desconfio mas não deixo de ter esperença nelas, por elas, por quem as diz.
prefiro ser uma palavra num dicionário do que um número numa tabuada.
prefiro ter mil interpretações do que ser um número para a vida.
os números, estão cá, conheco-os bem. respeito-os. partilho com eles a mesma terra. mas sou palavra, no masculino.