James...ontem em gaia. enquanto deu para saltar, cantar, vibrar, arrepiar, fechar os olhos, piscar os olhos, fumar o fumo dos outros, ouvir os berros dos outros e os meus...e neste tempo todo que deu para lembrar o passado e principalmente sonhar futuro esquecendo o presente. eles, no seu melhor, num à beira rio deslumbrante...digno de romance, de paixão, de corpos encostados. num fim com um público no palco, e um outro num contínuo movimento de entrega aos músicos.
havia anos que não os via...desde um tal concerto de despedida...esta madrugada tardia está viva e ainda mal dormida, nesta maré única que só alguns nos fazem viver.
histórias...que me trazem à memória este momento de história, de construção e conquista determinada. como as nossas origens...em que cada dia é uma conquista. e nesta história, a somar a outras, revejo as fotos das quais tenho um filme produzido...assim realizado. e desta matemática humana que respira somas, subtracções, multiplicações...surge uma mais que provável divisão. que bate à porta, embora ela já tenha sido aberta. que aperta os nervos do coração, embora eles já não tenham mais um botão por onde apertar.
nesta vez, nesta história que uma vez começou só se repete na multidão das lembranças...as mãos, as caras, as vozes das saudades.
e somos assim aquele país, em que sempre brilha o sol...e que mexe e remexe, em versões mal copiadas de originais estrangeiros.e em permanente comparação, com o que outros fizeram...vamos e fazemos... igual. sempre, mas sempre...com mais, mais e mais amor. mesmo que tenhamos de nos chamar João por não nos terem baptizado de Marco. E que marcamos por ser Paulo e não por ser Simão. João Simão.
e assim nos vamos com aquela cara de meninos levados para a brincadeira, dá-nos um arrepio na pele...e não, não temos um pingo de vergonha. mostramos afinal que temos no sangue o calor do brasil, que afinal foram eles que nos descobriram....e que afinal temos um amor sem limites, uma mulher de quarenta...e agredecemos a nossa senhora.
talvez seja uma tara, talvez seja uma mania. mas ninguém, ninguém poderá mudar o mundo...mesmo que não sejas o elton john ou o nosso tom jones. e és abril em portugal quando cantas a canção proibida, quando dizes que tens dois amores, e quando admites que és amante, irmão, amigo.
e de galardão em galardão, és a lêndea para a qual já não temos remédio, e que apareces sobretudo no verão para destronar o nosso maravilhoso coração ou para desviar o olhar daquela morena, morenita.
falas-me ao ouvido do coração, o qual peço que congele. se trate e não embeleze para ti. mas resiste, resiste...porque palavras e perguntas não fazes ao ritmo das que eu te faço...isso diz tudo, quase quase tudo daquilo que não queres saber. ou então apenas a faltar... um avião de papel...um papelinho embrulhado...um gesto amalucado
à qual poucos lhe deram a mão. como qualquer arte que não tem apelido, como qualquer arte que não é intelectual, como qualquer arte que não transpira cheiro a moeda.
porque assim me revejo em qualquer arte que é humilde, diferente não por ter que o ser...