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um post-poema de Luís Naves...
É difícil falar do amor
Parece fácil falar de amor
E há outros temas bem mais urgentes
planeta a sufocar, crises emergentes
o mar a subir, o excesso de calor
Pensar nas paixões, quis eu supor
daria versos pouco exigentes
ideias banais, algo incoerentes
poesia sem chama e sem ardor.
Soube então o que falhara em entender:
a água passada é como um rio imenso
que se impõe ao presente, temível, denso
Um desgosto corre sempre assim, penso
e recordá-lo de menos é esquecer:
ter amado não é ter vivido, é ainda viver
algo mudou a nossa luta, mudou a nossa estratégia...dançamos e encontramos os nossos ombros. numa reacção muito simples...demos o beijo de olhos vendados, molhados. mudamos a nossa manhã...repetimos os nossos olhares. fomos tarde anoitecida. descobrimos no espelho que os nossos ombros se tocaram...somos dois no mesmo ombro.
meu hip hop de voz arrebatada, minha voz na tua cara...e lá do fundo a tua voz... nessa noite de bairro alto, de ribeira...nesse teu jeito de mistério, nesse hip hop de toca e foge.
obviamente não existem palavras que não sejam demasiados óbvias para tornar-te obviamente...sem plano, num outro metro que aqui não tem paragem, numa nuvem aqui ao lado...porque obviamente estás entregue a um outro escritor que não lês.
e assim fiz o que esperava, o que planeava e não planeava...para te dizer que há muito mais do que sabes, do que possa mesmo existir, e que já não te espero porque não tens o amor na tua mão.
na tua mão, de toques, fujo para que não te graves demais na minha mão.